JOÃO, MARIA E JOSÉ.
Em um dia normal da grande São Paulo, cidade brasileira, nasce entre milhares de bebes, José. Filho de Maria e João, garotinho bonito saudável que em seus poucos minutos já experimentava o ar da vida, e já fazia suas primeiras ações junto com seu choro de abertura, sua mãe se trasbordava de emoção e seu pai alucinado por ter seu primeiro filho homem.
O casal se dedica ao máximo aquela criança, presente divino de Deus dado a pessoas de bom coração. João trabalha arduamente como pedreiro para dar de comer a sua esposa e seus dois filhos. Maria esposa dedicada a dar amor e atenção aos seus frutos, mesmo sendo difícil a vida em um país onde a desigualdade prevalece.
A vida desta família ocorre em um país totalmente corrupto, desigual e violento, muita riqueza existe neste país onde José nasceu, mas a maioria dela cai sobre o domínio dos nativos malandros brasileiros, ai já viu né eles “cagam no pau”.Talvez seja difícil responder a origem de tanta falta de escrúpulo de um político Brasileiro, talvez a mistura dos índios com os Portugueses gerou uma certa química que fez nascer um ser com uma personalidade inexplicavelmente aproveitadora.
Independente deste domínio político desigual o povo tem que viver e se procriar, assim como muitos José filho de Maria e João tem que se adaptar ao sistema e viver. José vai crescendo, nos primeiros anos quem tem que ralar são seus pais que amargamente dão tudo de si para manter sua prole.
Quando José completa oito anos contrai pneumonia, seu atendimento é precário e sua doença se agrava, sem dinheiro para pagar um tratamento descente para seu filho João vive mais um simples sofrimento da vida. Com um olhar de tristeza João observa o mundo onde vive, enquanto caminha na rua vê um certo empresário com seu filho indo fazer compras, eles tem carro, dinheiro, apartamento e algo mais que não habita em João: A felicidade, isto só existe para os ricos e nos sonhos dos pobres pensa o sofrido João.
José vence a pneumonia e outros obstáculos de uma vida, quando completa seus 10 anos já com olhos para ver o mundo, mas ainda um garoto vê seu pai ficar desempregado, sem dinheiro a família sofre mais um sentimento simples da vida: A fome, para João a fome não lhe toca, mas dói muito a humilhação de sentar-se à mesa ter de dar aos seus filhos pouco o que comer e dias que não pode dar nenhum tipo de alimento. Tristeza, desespero, fome, angustia, depressão e por ai vai são coisas simples que pobres brasileiros têm que suportar enquanto as nobres e felizes pessoas de outro plano social se divertem e desfrutam da prosperidade corrupta que conquistaram.
Maria vai atrás de trabalho, precisa usar a garra de super mulher e mãe para levantar essa família que tanto ama. Para a felicidade ilusória da família, Maria consegue um emprego de diarista, seu salário é bem baixo, mas o que era de se esperar? Que ganha-se bem ? Logicamente para uma brasileira pobre ser pobre é seu destino.
No seu primeiro dia de emprego, ocorre algo normal, ela confunde o elevador dos empregados e sem querer vai pelo elevador dos moradores, uma senhora aparentemente rica diz para ela que ela não podia subir naquele elevador porque ela era uma empregada. Maria saiu do elevador das pessoas e foi pelo das não pessoas, isso era normal à vida desigual era simples os autos se sobressaem aos baixos, os da frente sempre estarão à frente dos de traz, os com poder pisarão nos fracos, os patrões explorariam seus empregados isso é normal a vida desigual sempre é normal. Em seu trabalho Maria tinha que lavar o banheiro, limpar a casa, lavar os pratos, lavar a roupa, sempre limpando as impurezas dos que fediam avarezas. Um dia viu a filha da patroa, dar um escândalo porque a mãe não a deixara ir passar o feriado na Europa, porque tinha que ir a uma festa importantíssima com a mãe, a alta sociedade tinha que ver mãe e filhas juntas para uma foto na coluna social. Para Maria o mundo de seus patrões não tinha explicação, a patroa gastava muito dinheiro com a cadelinha, e Maria pensava o quanto era difícil dar de comer para seus filhos, a pobreza era uma condenação muito desagradável pensava Maria.
Com o tempo a família recuperou sua estabilidade precária João voltara trabalhar, e pusera seu filho para acompanhá-lo, para José trabalhar de servente era algo desagradável tinha uma certa vergonha de seu pai e de seu oficio.No colégio José se sentia humilhado por não usar uma roupa bonita, seus colegas zombavam dele “olha lá vem o Zé pedreiro”, aquilo doía muito no garoto e o normal era se sentir triste e diferente.Como é ruim ser diferente, excluído e ser pobre, pensava José.
Como era adolescente a sua revolta era confusa, aos quinze anos José se envolveu com garotos com o mesmo problema: a pobreza. Eles o fizeram sentir diferente e feliz, seus novos amigos lhe apresentaram a maconha e a bebida aquilo era a cura pensava José, nunca havia estado tão bem e feliz. Seus amigos também lhe ensinaram que o jeito correto de ter grana no Brasil, é através da inteligência. Os garotos eram bem espertos armavam assaltos em grupo abatendo carteiras no centro de são Paulo, e José entrou nessa, agora era um garoto esperto sabia se virar sozinho e tirar uma grana para viver.
Ganhando dinheiro com seu novo trabalho José comprava roupas, maconha, bebidas, ferramentas para seu trabalho e até comida para sua família. João achava estranho o filho aparecer com dinheiro, José dizia que estava trabalhando em uma loja de um amigo, Maria estava preocupada com o filho que passava dias fora de casa com seus novos amigos, mas José dizia estar feliz e isso que era importante na vida: A felicidade.
Com o passar do tempo, o garoto conheceu outras fontes de felicidade para os iludidos adolescentes do Brasil, a cocaína o crack lhe deram mais luz e empolgação para viver.
Um dia trabalhando José pegou sua ferramenta de trabalho, um trinta e oito que conseguira com o seu suor e foi fazer um assalto inteligente em uma joalheria. Para ele estava tudo certo e tranqüilo, pois já era um profissional. No dia do assalto entrara com todo fulgor abordando os donos e clientes da joalheria, tudo corria bem até que um cliente tinha uma arma e dera dois disparos contra seu peito. José via o mundo girar e se apagar aos poucos, sentira jovem o adormecer da morte o povo da loja loucamente dizia:
-Nossa é só um garoto, vamos levá-lo ao hospital.
No hospital João e Maria dão de frente com o cadáver de seu filho, ali estava ele no mesmo lugar onde tiveram aquele presente de deus, tristeza, depressão, angustia eram sempre a normalidade de se sentir, mas aquele momento era como se todas as dores do mundo caíssem sobre o casal. Maria e João já não existiam no mundo, eram apenas fragmentos de infelicidade a espera de um milagre que fizesse seu filho voltar, para assim ter a ilusória felicidade de volta. Logicamente isso nunca aconteceu o jeito foi viver desta maneira, na miséria da pobreza e da injustiça.
ESCRITO POR: Julian Andrew
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